sábado, 3 de dezembro de 2011

Os ossos

Do sangue e da carne. Do osso eterno. Enquanto te via, sentado, naquela cama pensava sobre a tua carne, os teus contornos. Pensava sobre as tuas linhas mascaradas, oh como elas mudam, oh como elas se movem, oh como tu as controlas! Pensava que te amava perdidamente por tudo o que tu és. Pensava que te poderia amar pela tua carne. Mas não, eu não te quero amar assim. Quero te amar pelos teus ossos, a estrutura mais fixa que tens no corpo. Aquela que não muda tanto nem tão rapidamente, o teu centro de equilíbrio. E quando a carne desaparecer, restam os ossos durante longos e longos anos. Os teus ossos. Os teus ossos no solo onde fores enterrado.

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