quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Linhas de Ideias

O desvanecer das formas, 
das cores, 
das linhas no horizonte. 
As ideias perfeitas que formamos. 
As opções que tomamos. 
O fim do dia, 
a luz a ser comida com os ideais encobertos. 
Os dias que custam a respirar. 
E os dias em que apenas podemos fugir. 
Formas de viver, 
perspectivas diferentes da mesma vida.

Porque formamos nós ideias da perfeição que tanto queremos preservar quando sabemos que mais tarde ou mais cedo tudo se desmorona? E a ideia da destruição, da caída da torre, que tanto nos assusta? E quando optamos nós próprios pela sua ruptura? Será que então teremos medo de enfrentar uma nova realidade?

E nos dias que somos abraçados?
Será que alguma coisa importa?

O exercício de desconstruir é tão importante como o de construir.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Perspectivas diferentes. Países diferentes. Pessoas diferentes.

Acabo de descobrir que se todo o excedente de comida dos países ricos fosse atribuída aos países pobres, a economia destes últimos seria abalada (porque subsistem principalmente da agricultura) e a sua própria existência ameaçada. A individualidade cultural é perdida e seriam assimilados pelas potências mundiais. As coisas tornam-se bem mais complicadas quando pensamos no número de mortes, por exemplo, que ocorrem nos países pobres. As soluções não são tão simples quanto parecem à primeira vista. Mudo a minha forma de pensar para me enquadrar naquilo que sinto. Mas quando mudei eu a minha forma de ser para me enquadrar nesta teoria económica mundial?

Como alguém disse: "As pessoas afastaram-se porque não sabiam lidar com a minha situação."
E eu digo: "As pessoas afastaram-se porque pensaram que era a melhor forma de lidar com a situação."

Hoje nada tem sentido mas tudo faz sentido.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Mais um tiro.

É tão bom saber que as linhas com que nos desenhamos mudam com o tempo. É tão bom sentir a diferença no olhar, no estar, no ser simplesmente. No entanto preferiria, por vezes, não sentir a totalidade da realidade, abster-me totalmente da sensação racional que me ocupa a cabeça. Talvez já não sinta como sentia, talvez já não transborde de inocência dentro de mim, mas estou em paz comigo. Como sou, como sinto, como vejo e como respiro. Apenas não sei, ainda, como me abster do cheiro a podre, a estagnado, que me envolve algumas vezes. Mas mais uns anos, digo eu para mim mesmo, até encontrar o equilíbrio. Mais um tiro, mais um morto.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ponto de saturação

Ao passar naquela rua, onde as memórias me assaltam sempre, pensei em comprar-te uma pequena lembrança. A lembrança seria o nome correcto, não uma prenda, porque queria que te lembrasses, como eu, daquelas memórias que nos fazem sorrir. Perdi-me na linguística da questão e no acto de querer recordar. Porque preciso eu de te fazer recordar, quando eu próprio me afundo pelos dois? Afastei-me de mim, e de ti, na esperança que tudo se dissolvesse como o sal em água, mas esqueci-me que todos os elementos têm um ponto de saturação e não há forma de te fazer desaparecer na tempestade que criei dentro do meu copo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

The sense of humor rules my body, my head, my mind today. 
You will love my sense of humor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A nostalgia

As memórias enchem-me de nostalgia, rompem-me a raiz com sentidos e sentimentos, palavras e frases, cheiros e sabores, imagens e luzes. 'Vive o momento' é algo que nunca compreenderei, não se enquadra de todo no ser humano, feito de todas as coisas passadas e presentes, reage a estímulos no momento, sim, mas com tudo o que o passado lhe ensinou. As imagens continuam lá, perdidas e levadas, para outro local qualquer, mas nunca as deixamos totalmente, não as queremos deixar, elas pertencem-nos e são partes de nós. E quando nos criamos, e nos recriamos, fazemo-lo sempre com tudo o que somos, porque nunca seremos tão diferentes na nossa essência como aquilo que desejaríamos ser. Apenas podemos ser mais. Muito mais do que aquilo que somos.

domingo, 11 de março de 2012

Quanto bom será retalhar uma vida de memórias, costurar e descoser, guardar e relembrar?

O peso das cores, das texturas, das formas e pesos torna-se sufocante e o sol do amanhã parece não nascer.