Os nervos que me sentem e entendem. Os nervos que me controlam e destroem. São eles que me mostram o que vai ser de mim. São eles que me falam e explicam como a minha coluna vertebral está fracturada, a minha espinal medula rasgada. E a faísca acende momentaneamente, os nervos querem-se. E eu acendo e apago, e não me mantenho sóbrio, acendo e apago, acendo e apago. O espasmo das minhas costas é mais que suficiente para parecer vivo, e as minhas mãos cravam-se no chão para abrir mais um buraco. E tudo o que sinto é como um cordão umbilical, cortado cedo de mais, na minha vista ensanguentada. As luzes piscam rápido, as imagens não são contidas em mim, as caras são desconhecidas, e tudo o que digo não tem sentido, não tem significado. E tudo o que leio não fica, e o teu lugar debaixo da minha pele é como um fungo que se espalha, e eu arranho-me, e eu corto-me, e eu não me conheço. Mas ninguém me conhece como eu próprio sei me conhecer. E o vazio está ocupado em mim. O vazio está ocupado.
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3 comentários:
Tu tens, muito honestamente, de começar a compilar estes textos e reuni-los num "livro" teu. estão muito bons.
Obrigado... =)
A Pena tem toda a razão :)
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