É extenuante quando tentamos dormir e sonhamos a noite inteira, entre jardins de inverno, sofás, casas fechadas. Talvez eu tenha sonhado demasiado com o fechar das janelas, onde apenas eu tinha a força de vontade para que elas se fechassem sozinhas, onde tivemos que fugir do meu lar, onde eu me transformei num rato para correr mais depressa. Batemos à porta do nosso asilo, local que nos deveria acolher sem pedir nada em troca, mas fomos barrados pela sombra, que se transformou em lagarta verde, e por sua vez numa velhota. Eu fiz-lhe uma massagem aos pés para termos guarida! A senhora velhota tinha fungos nos pés, ligavam-lhe os dedos encarquilhados pela idade. O lobo também lá estava, o lobo que não entendia o significado de beleza, o lobo pelo qual me apaixonei enquanto fugia de tudo e todos. É isso que procuro? A perdida do sentido imposto pela sociedade?
O desenho na tua almofada era apenas linhas simples, traçadas a lápis, que formavam crianças, árvores que pairavam no ar, porcos e ovelhas! E tu escreveste "Ai ai fazem as crianças!!!" e eu acrescentei "E os mémés!". O lobo onde eu me iria aninhar e dormir não era mais que a simplicidade das tuas linhas, o colchão que me suportaria durante a noite fria.
4 comentários:
Epá...o quanto eu gostei de ler isto...
A cada linha, imagens e imagens, desenhos e desenhos que me passaram pelos olhos.
Abraço grande
http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/
Muitas noites peço para não sonhar... Mesmo sendo os sonhos uma grande fonte de inspiração pessoal...
Abraço, obrigado pelo comentário =)
Lindo...
<3<3<3
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