segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rei Sol

Quanto mais intenso o Rei Sol brilha sobre mim, mais funda se torna a escuridão da minha sombra no solo. O aumento de contraste, o vazio contornado pela minha forma, cria uma porta aberta pela qual eu sei desaparecer se tropeçar. O eriçar da pele quando estou no limite, porque eu não sei caminhar se não for no limite, faz me sentir vivo. Se vivo na escuridão, a letargia apodera-se de mim e eu habituo-me, se vivo na luz as sombras criam arestas cortantes e tornam as diferenças marcantes. E enquanto me sinto vivo com o calor na face, o negro detrás de mim faz me andar para a frente. Mas e se cair? E se eu cair nesse buraco escuro? Talvez não haja solo firme para me amparar. E se eu gritar? E se eu gritar por ti? Seria tudo um sonho porque eu acordaria, estaria gritando para a atmosfera, e tu, tu não estarias ao meu lado. É tudo loucura. Talvez... Apenas talvez...

Um comentário:

Rute disse...

Só me apetece dizer asneiras.

Os teus textos... **********