domingo, 26 de julho de 2009
Calor
Estiveste, uma vez mais, a correr descalço nos caminhos velhos. Tens os pés cheios de feridas e terra incrustada no sangue pisado. Deixa-me lavar-te com a água fresca e doce. 'O que arde faz bem' já dizia a minha avó. Cuidadosamente aproxima-te de mim, pequena dor de sonhos. Eu trato bem de ti e, no sentido figurativo, aconchego-te o sono. Esta noite não vais ter pesadelos, passa-os para mim que já sou mais velho. Tenho demasiada experiência para saber que não os consigo afastar, que preciso de ti aqui, sem os pés feridos, sem o articular, apenas o olhar. O calor afasta os pesadelos. Vem dormir agarrado a mim. Anda até aqui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Adorei! Adorei tudo por aqui! Levo-te comigo.
Um abaraço
Que texto lindo meu querido!
"Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade. Gente perdida balança entre o sonho e a verdade. Foge ao vazio enquanto brinda, dança e salta...Eu trago-te comigo... Mas sinto tanto, tanto a tua falta"
maravilhoso.... obrigado pelo comentário...
****
Adorei!
Gosto da tua escrita
=)
Postar um comentário