Os meus dedos tracejaram as tuas fontes, até aos teus olhos húmidos de lágrimas. Eu já estive aqui no teu lugar muitas vezes. Por vezes parece que somos pequenos, como o espaço que une o teu nariz à tua boca.  A linha que rodeia os teus lábios é salgada de lágrimas. As histórias que me contas são meras sombras das minhas. Sim percebo-te, entendo-te. Abraça-me como nunca abraçaste ninguém. Eu aqueço-te o corpo ferido por dentro. Uma doença, um acidente que te deixa partido. Eu sei que os bocados não se colam. Não faz mal. Eu sei que perdeste um bocado de ti. Mas deixa-me apertar-te, deixa-me sincronizar o meu coração com o teu. Não me deixes.