domingo, 19 de outubro de 2008

Flores

As minhas palavras, enquanto escutava as tuas, eram folhas mortas, folhas verdes, frutos e flores, ramos e raízes que me engasgavam na noite certa que se avizinhava. E no momento em que falavas, eu solidificava um sorriso inconsciente, uma barreira de sonhos e pesadelos. Um sorriso rasgado, que nem tu percebeste ser falso. Não afirmo a falsidade do sorriso, que mais poderia eu fazer? Enquanto me deixaste enraizado naquela posição obliqua, criei flores negras, espelhos e reflexos de mim, que acredito serem mais do que eu, talvez sejam apenas eu próprio.

2 comentários:

Rute disse...

As rosas negras são raras de encontrar e lindas! Lindas como nunca viste. Ou será que já? Olha para dentro, és uma delas. És mesmo. Se há flores que associo a ti é uma rosa negra. Não sou muito de ligar a flores mas quando vi uma fiquei maravilhada! Assim um azul tão escuro, quase, quase preto. And you are beautiful!

Adomnán disse...

Muito bom! :D