quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Monte Alentejano

Conheces-me à muito tempo. Anos inclusivos da minha vida. Cresci demasiado contigo. Talvez de menos. Mas de mais certamente. As palavras parecem se esgotar na minha boca. És tanto quanto os outros. Tanto. Mas nunca, nunca mesmo, te apercebeste do que fizeste. "Cose isso." "Mas..." Cose isso já!" E o que seria do meu mundo, se não tivesses pegado em mim. Abriste-me a mão. O que faria eu hoje, sem puder fazer o que faço, se não fosses tu? Não imaginas, claro está, o bocado gigante que te devo. Talvez por isso não saibas que quando falas eu choro. Umas vezes deixo cair umas lágrimas, se tocas num assunto mais débil dentro de mim. Como hoje. Desde que nasci. Ajudas-te me a crescer. Foste também meu pai. Partilhei a minha vida contigo. Não te contei. Contaste-me tu. E eu cedi. E tu, de todos, foste o primeiro a me aceitar. Tens ideias erradas, todos temos. Mas foste o primeiro que abriste os braços e disses-te que sim. Que faço parte de ti. Obrigado, pelo movimento da minha mão direita. Obrigado pelo mundo que me deste. Obrigado.

3 comentários:

Rute disse...

Gostei muito muito muito! =D

Adomnán disse...

A raíz. Às vezes levamos algum tempo a perceber onde a temos enterrada. Mas nunca é tarde.

Ana Pena disse...

As palavras certas! Muito bonito!