domingo, 22 de julho de 2007

Rubia

Um pincel feito de pestanas aladas pinta suavemente um paper maché. Caligrafia perfeita como um diamante em bruto penetrava as fibras, intercalando-se com os gestos maquinais, desde sempre conhecidos. A mão que segura o pincel revolta-se contra a intemporidade de cada gesto, sentimento de hábito, repetição inerente ao uso constante. Estremece, tira o pincel do papel, derruba o frasco sobre a superficie agora manchada de onde começam a nascer novos rebentos de R. peregrina negra de ensopada em tinta da china pura.

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