quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ponto de saturação

Ao passar naquela rua, onde as memórias me assaltam sempre, pensei em comprar-te uma pequena lembrança. A lembrança seria o nome correcto, não uma prenda, porque queria que te lembrasses, como eu, daquelas memórias que nos fazem sorrir. Perdi-me na linguística da questão e no acto de querer recordar. Porque preciso eu de te fazer recordar, quando eu próprio me afundo pelos dois? Afastei-me de mim, e de ti, na esperança que tudo se dissolvesse como o sal em água, mas esqueci-me que todos os elementos têm um ponto de saturação e não há forma de te fazer desaparecer na tempestade que criei dentro do meu copo.