Se um dia segui gotas de chuva, hoje sigo contos desenhados na calçada que piso. Os passos que dou contam uma história, uma bipolaridade de sentimentos e emoções frias que queimam os meus pulmões. A pele escaldava no instante em que me podias ter abraçado, e talvez, apenas talvez eu te pertencesse nesse instante. Vamos ser sinceros? Eu estava demasiado cansado para lutar pelo que fosse, e entregar-me-ia totalmente, mas tu não te contentarias com o momento que tinha disponível para te dar. E por isso continuo aqui, leve, negro, sedoso, doce no canto escuro onde me deixaste. E puxo por ar para respirar, porque acredito que não estarei só, que não estou só. A minha cara, o meu coração, vai te assombrar até ao final dos teus dias.
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