domingo, 3 de julho de 2011

Dia 13 de Verão

Conscientemente construí a minha pequena máscara, o suficiente para tapar parte da cara, a parte que eu não consigo esconder dos sentimentos. Fi-la à mão, cozi-a em forno de lenha e, enquanto quente, colei-a ao meu rosto. Queimei a pele, a carne e o osso, tornei-a uma parte de mim. Pensei que a teria sempre comigo, como um braço, uma perna, o coração. Mas tu tornas a minha máscara em cicatriz, deixa de ser carne viva, deixa de fazer parte de mim. As cinzas voam com o vento, tempo incerto, e mergulham no rio lá longe mas aqui tão perto. Eu não sei viver sem a minha máscara, e tu não sabes olhar para mim sem ela. Mas uma vez mais isso não importa, o que torna as coisas ainda mais estranhas, porque não preciso dela quando me fazes sorrir...

2 comentários:

O Lado B do Espelho disse...

Quantas camadas pode conter uma máscara?

Taiyo85 disse...

Não sei... Acho que é imensurável...