quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Estufa Victoriana

Pensava eu em plantar uma semente, uma semente na minha estufa. Pensava eu em misturar o nosso sangue, planta-lo no chão, bem fundo, para que nunca saísses da minha vida. Era como um jogo, como um trato feito por nós. Se alguém quisesse sair desta casa que habitamos, teria que desenterrar, sozinho, o sangue de ambos.
O sangue misturado é difícil de destilar. De subtrair a sua essência. Pensava eu. Mas bastou uma noite, um momento apenas em que alguém cantava ao meu ouvido, em que a minha atenção não se centrava em mim, para perceber que quem tinha que o desenterrar era eu. E por muito que te ouvisse, entendi uma parte de mim. E agradeço-te por me ouvires.

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