sábado, 5 de setembro de 2009

Morfina

Os poros do meu corpo começam a rejeitar as outras drogas no meu sistema. As veias e artérias latem com a potência que o Senhor dos Sonhos me transmite, tornando-me nulo perante a realidade física. A dor aguda das agulhas que perfuram o meu miocárdio torna-se leve quando a minha respiração se torna praticamente nula. A presença do ópio, morfina, sonho tornado realidade, manifesta a minha dependência aguda pela toxicidade adversa. Um vicio tornado realidade pelo toque dos ópiaceos, a realidade cruel de quem se vê privado de tal poder analgésico. As papoilas são cortadas transversalmente pela sua resina, mas o ópio não sai quando queremos. As doses parecem nulas quando em falta, ou parecem encher os sentidos de sonhos que transbordam quando presentes. O toque das trepadeiras que habitam os olhos alheios não chega a preencher a falta de ar, o buraco ardente, a falta de força ou a sensação de embriaguez sentida. Morpheus não me quer dar a luz dos seus olhos para me lembrar.

Não tenho a combinação do cofre, e o médico não me quer injectar.
Diz que não deve doer, diz que devo lutar.
O que é tóxico torna-se viciante.
O vicio é ...


Um comentário:

mitro disse...

... o atalho mais a jeito, rumo ao Paraíso!


(Lá diz o ditado: Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos!)