quinta-feira, 2 de abril de 2009

Delirio

A minha história, se bem que quase verídica, não é minha na verdade. Passou-se num autocarro, num dia destes bem cedo. Naqueles dias que presenciamos coisas estranhas, que mais não são do que bocados da realidade que nos engloba. Nesse autocarro, nesse dia, nessa manhã bem cedo, duas pessoas iam num banco. Juntas, mãe e filho. Esquizofrenia por completo. Mãe e filho discutem, verdades paralelas, associações de ideias, que nenhum chega a compreender. A discussão mantém-se por breves instantes, eternidades de respostas entre pássaros, frutos, lágrimas, viagens, filmes, amores que a tornam acesa.
O delírio, outrora desejo, funde-se com as palavras acesas que trocam. O desejo aumentou de tal forma que se tornou delírio.
Delirium.
Mas a discussão continua, sem algum perceber o outro, até que a mãe se lava em lágrimas.
O fim da discussão.
O fim marcado com dois simples pedidos:
porta-te bem e toma os medicamentos todos.

2 comentários:

Guida disse...

um delírio genial!!!

Ines disse...

"Everything you do is all I need to know
Cause I'm yours
I'll never let you down
Anywhere you are is where I want to be
Anywhere, anytime or place

You look a little better, each day to me
And you try a little harder each day to be
Everything that I wanted in you
And do everything that I need you to do"

Quase, quase, quase... :)