sexta-feira, 21 de março de 2008

Don't worry, it only hurts when I breathe.



Não tenho muito a dizer sobre nada. Percebo que nada sei a não ser aquilo que sinto. E o que sinto nada se torna nestes momentos. A verdade por detrás daquilo que existe para mim é a minha realidade, e sem ela não sei sobreviver. Quero pedir já desculpa pelo que te fiz sentir no último devaneio. Eu simplesmente não estava a pensar, e as palavras sairam como a chuva que tem caido nos últimos dias. Ainda estou à espera que a chuva caia sobre mim, e espero pacientemente.

Acordo todos os dias. Todos os dias tento olhar o sol. Todos os dias tento ser mais, ser algo. Sozinho. A intercalação de momentos é constante, e nem sempre posso estar acompanhado. Quando o estou, e ninguém repara, só me lembram Tolstoy e as suas mortes felizes. A felicidade apenas é real quando partilhada. Uma filosofia que se aplica a mim, e a ti.

E choro, sim choro. Não tenho vergonha de o dizer. No comboio, no trabalho, no quarto, na rua, acompanhado, sozinho. Não me resolvo, não me sei resolver. Só sei o que sinto. Incrivel quando alguem me diz "excelente trabalho" ou "és especial", de que servem as palavras? Para nos fazer sentir bem? Para tentarem que sorriamos com vontade? E se não acreditamos nas palavras vêm respostas como "És demasiado exigente contigo" ou uma estalada ou murro. Isso também é suposto fazer-nos sentir bem conosco próprios?

Vejo-te, e não me posso aproximar. Não me deixam, não me deixo. Acordo com o teu cheiro, deixo-me dormir com o teu sabor. Penso no teu toque o dia todo, vejo o teu sorriso no Sol. Sinto-te longe, sinto-te perto. Finjo não te sentir, e adivinha? Os meus sentidos são preenchidos por ti. E tu não estás lá. Mas o que fica do momento? Tu.

O tempo demora a passar. "(...) always the years between us, always the years. Always the love. Always the hours."

Um dia, já longe, sem ninguem saber, nem ter noção, alguém disse:

Don't worry, it only hurts when I breathe.

2 comentários:

Rute disse...

O tempo será uma faca de ponta afiada. Mas também será ele que te lamberá as lágrimas.

É o nosso melhor e pior inimigo.

GotchyaYinYang disse...

Deves chorar, porque ajuda a libertar... é verdade que as palavras não significam nada muitas vezes para a nossa mente... mas servem realmente para tentar fazer-te melhor... acredita que consegues amigo.

Tolstoy tem razão... mas há muitos seres para partilhar a felicidade ;)