quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Na tua pele

Lembro-me daquele dia como se fosse ontem, no entanto já passaram duas décadas. Ia pela mão, com espada ao lado, como se nada, nunca, acontecesse. Já passaram outros anos, e lembro-me como se fosse esta manhã, em que gritaste comigo, e com quem não tinha culpa, por uma injustiça cruel, um mal entendido injustificado. Já passou um ano, e lembro-me como me lembro desta tarde em que lanchei contigo, de outra pessoa, finalmente feliz, ao teu lado, de lado, ao lado. Se acontecer outra vez, e eu tenho medo que aconteça, tal como uma dor que sinto cada vez que o coração bate, eu não sei o que faço. Ainda ontem, quase te confessei algo puramente íntimo, e reparei que era disso mesmo que tinha medo. Sei qual a razão pela qual o meu coração bate. Ele ainda bate. Muito muito forte. Quase que sai cá de dentro e o vomito. A razão diz me para o deitar fora, substituí-lo. Mas ele é bem mais forte que isso. E vai continuar a bater aqui, neste lugar, neste canto, sem medo de escurecer, sem medo de se perder, esperando. Porque ele nunca se perde, apenas precisa que lhe digas algo. Todos os meus poemas estão escritos na tua pele...

5 comentários:

Rute disse...

Gostei muito. Muito mesmo. É incrível como por vezes me vejo em ti. Em certas situações. Por isso te digo. Vai passar... Tudo cicatriza. =)

GotchyaYinYang disse...

O tempo ajuda... parece que não, mas é verdade. Este texto está muito bonito mesmo. Beijinho grande.

Anônimo disse...

O tempo ajuda sim... Com um toquezinho de racionalidade, tempo, paciência e lágrimas... As coisas hão-de ir ao sítio rapaz. Por muito tempo que isso tome.

Abraço forte

Guida disse...

Apeteceu-me chorar...

E quantos de nós...está agora a chorar?

Passam se décadas... ..
Passam se momentos....

mas tu não perdes a tua verdadeira essência...

Aquela que faz apaixonar os outros

beijo de quem sente

Anônimo disse...

Ele existe para ser feliz.
Com ou sem a pele dela.

Bjs