domingo, 20 de janeiro de 2008

Tempo

Escrevo um texto bonito. Um pouco floreado aqui, um bocado romanceado. Mas tudo se resume sempre ao mesmo dentro de mim. Mais para fora, do que para dentro. Estava tudo bem felizmente, até a luz começar a emitir aquele som. Acho que o som que as luzes fazem só se ouvem na casa de banho. Aquela interferência que remete, indiscutivelmente, para outros tempos. A primeira vez foi estúpida. A segunda vez já foi no elevador. A terceira, nem conto. Mas eu faço sempre, mas sempre, o mesmo. Pergunto-me, mas sem certezas de o fazer, o que esperar. Esperar será a palavra fidedigna? Mas esperar é. A primeira inocentemente, a segunda incessantemente, a terceira é aquela que me marca. Marca por marcar os passos corruptos, como migalhas de pão a indicar-me o caminho. Mas eu, como sempre, vou comendo o pão. Não por distração, mas sentido remorços. Remorços de sentir, remorços por renovar, remorços por me distrair, até o tempo levar...

Um comentário:

Rute disse...

Tempo... Ultimamente tenho visto imensos posts sobre esse tema.

É um cona da tia e o meu tem andado parado e cinzento.