Sol

A maior parte das vezes o Sol nasce antes de muitos de nós acordarmos. Mas existem vezes que acordamos antes do Sol subir para os céus, e quando o vimos a elevar-se, imponente, no céu, a alegria penetra-nos. Porém o Sol não sente como um ser humano, é completamente indiferente ao nosso sentimento. Outras vezes o céu enche-se de nuvens carregadas de água, transbordam lágrimas que nos transmitem tristeza. Mais uma vezes nem as nuvens nem a chuva sentem como nós sentimos. Nestes dois casos não faz mal sentirmos...
Quando o que sentimos invade a realidade de alguém que também sente, ai as coisas mudam de figura. Um simples gesto, que podemos levar eternidades a ter coragem de o realizar, pode significar liberdade impregnada de aromas florais, mas também pode trazer dúvidas inerentemente ao o termos feito, e esta dúvida pode abrir caminho a mal-estar. Uma resposta positiva ao nosso pequeno gesto significa claramente alegria, mas é aqui que tudo muda de figura... Eu posso sentir alegria com o pequeno gesto de resposta, que não tem importância para mais ninguém do que para mim, nem mesmo para a pessoa que o fez. Isto é muito bom, sentirmos felicidade com pequenos gestos, mas que acontecerá quando começamos a pedir demais? Quando o gesto de resposta já não nos chega? Quando queremos que esse gesto signifique também tanto para a outra pessoa? Quando arrancarei a minha coragem do peito e a mostrarei ao mundo? Quando será que pedimos demasiado de uma pessoa? O que fazer então, quando nossas expectativas forem demasiado grandes para caberem dentro de nós, mas demasiado pequenas para fazerem parte de alguém que não as quer?

"You can leave me
on the corner
where you found me
I'm not for sale anymore."