sábado, 7 de abril de 2007

Werewolf

Perde a consciência, como se numa nuvem de freiras com trajes negros, bordados a dourado em forma de estrelas, andasse. Flores vermelhas, azuis e amarelas, redondas, luminosas, mostram o nada. Um desalinhamento, uma frequência de onda diferente, algo que mais ninguém ve. Será um sonho, pergunta-se. Serão mostras do caminho a percorrer, serão trapos envolvendo a necessidade? Um grito agudo ecoa nos seus ouvidos. Um grito que depressa se torna oxidante, se torna redutor, rasga e desrasga pele e carne. Um grito que faz com que se vire para o sol, caminhe em direcção a ele, sempre a pensar olhar para trás na certeza de que não terá remorços. Uma aventura, pela qual já passou antes, e que tem que caminhar. Pequenos sorrisos juntam-se a seus pés, todos conhecidos, nenhum desconhecido, nenhum verdadeiro, como se de pontos de interrogação se tratassem. Pontos de interrogação com asas. Lembraste? Lembrou-se deles durante o verdadeiro passo no fundo das nuvens de freiras.

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