quarta-feira, 25 de abril de 2007

Burnt silver brushed lavender offspring

E na iminencia da demencia, na iminencia da lavanda, um ritual pagão se prepara. E o que será? Um futuro? De certeza que não. Ve a mancha a seus pés. Sangue derramado em vão? Começa a caminhar em cima da relva que teima em madoar os seus pés. A seus olhos, depois de habituados à profundidade da luz, as fachadas das casas manisfestam-se de forma bela, de formas não antes pensadas. Um sorriso começa a esboçar-se na sua cara cansada. Aproxima-se de uma dela, a mais feia, pois o medo não permite que ele se dirija á mais bela, e toca-lhe com a ponta das asas... Um pouco de cor de reaviva nas suas penas. Feliz, volta ao caminho. Não repara que, por detrás de si, uma bouganvillea negra espreita em cima do muro, e mal ele dá costas, ela ataca, ela corta-lhe as costas, trepassa-o. Por meros milimetros nao cortou o coração, mas fez com que este saltasse para o chão. Inocência? O ser olha, desmistificado, para o seu coração dorido a seus pés. Num misto de confusão, e sem nada melhor saber fazer, pega no seu coração com cuidado, e caminha. CAminha olhando demasiado para ele, mas com uma meta. Achar alguem que posso coser novo o seu coração rasgado, alguem que possa pegar nele, e cuidar dele... O ser sabe que não vai aguentar muito tempo com o coração na mão, e tem medo, muito medo.

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